Londres quer “período de transição limitado” após saída da UE

2017-08-13 2

Rumo à próxima ronda de negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) – já no final deste mês – o cenário de um “Brexit duro” parece ganhar consistência no seio de um Governo britânico mais alinhado.

O executivo precisará de um período de transição “limitado” entre a saída da União Europeia e a introdução de um novo acordo comercial bilateral para adaptar a economia às mudanças. Essa é a mensagem que consta de um texto conjunto dos ministros da Economia e do Comércio Internacional divulgado, este domingo, na imprensa britânica.

Philip Hammond e Liam Fox dizem também que o Reino Unido deixará por completo o Mercado Único e a União Aduaneira europeia assim que estiverem terminadas as negociações com Bruxelas para o divórcio, o que está previsto para 29 de março de 2019. A chamada fase de transição “limitada” surgiria a seguir.

Algumas figuras de destaque do Partido Trabalhista, como o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2007 e 2010, David Miliband, também usaram a imprensa para denunciar uma gestão caótica do executivo conservador. Miliband defendeu ainda que o futuro do país “deveria ser decidido com um segundo voto aos termos da saída — ou através de um referendo ou pelo parlamento.”

Sem União Aduaneira e Mercado Único a questão da fronteira entre a Irlanda do Norte e a Irlanda é vital.

Um estudo revela que até antigos apoiantes da permanência do Reino Unido na União Europeia defendem que o “Brexit” deveria ser sinónimo do controlo total das fronteiras, deixando a jurisdição do Tribunal Europeu de Justiça.