No encontro dos rios Tapajós e Amazonas, no estado do Pará, encontra-se uma região conhecida como Baixo Tapajós, uma das mais conflituosas de toda a Amazônia brasileira. Pressionada pelo avanço do agronegócio, a expansão da mineração e da extração ilegal de madeira, a área sofre com o desmatamento desenfreado, o uso indiscriminado de agrotóxicos nas lavouras monocultoras e a poluição dos rios e lagos. Poderosos interesses econômicos dominam a região e a floresta está cada vez mais encurralada.
Apesar disso, as diversas populações tradicionais que habitam a região há centenas de anos se organizaram e agora lutam por suas terras e sua floresta. Mais do que isso, lutam por sua identidade. Após séculos de apagamento cultural, milhares de moradores locais finalmente sentem orgulho em se reconhecer como indígenas e buscam retomar suas crenças, idiomas e cultura.
RETOMADA irá retratar esse processo de luta – que se iniciou no princípio do século XXI, se fortaleceu, conseguiu sobreviver ao governo Bolsonaro e agora está mais potente do que nunca – por meio de três histórias. A aldeia Castanhal dos Tupinambá, chefiada pela cacique Estévina, busca consolidar sua identidade e manter a floresta que os cerca de pé. A aldeia Açaizal dos Mundurukus, está ilhada pelos campos de soja, que trouxeram veneno para suas plantas e secaram seu igarapé. Eles resistem fazendo vídeos de celular e parando as máquinas do desmatamento com seus próprios corpos. Por fim, temos o jovem Cristian Arapiun, de 18 anos. Militante da causa indígena, ela mora na cidade de Santarém e trabalha na equipe de comunicação do Conselho Indígena Tapajós Arapiun. Ele e seus amigos estão se preparando para cobrir o maior encontro indígena do mundo em Brasília.
