Falência do Banco Mercantil do Espírito Santo (FOLHA CAPIXABA - 1954)
ANO X VITORIA, SABADO 18 DE DEZEMBRO DE 1954 N. 919
Faliu o Banco MERCANTIL DO ESPIRITO SANTO
Consequencia da política americana aplicada pelo Ministério da Fazenda e das especulações do banqueiro Asdrubal Peixoto - Prejudicados numerosos depositantes, em sua maioria pessoas pobres
Encerrou suas atividades o Banco Mercantil do Espirito Santo, organização de credito
que funcionava em nossa capital sob a direção do banqueiro Asdrubal Peixoto.
A falencia do referido estabelecimento, se bem que a imprensa governista procure atribui-la a um alarme malcioso de certo grupo politico se deve á politica americana aplicada em nosso país pelo Ministério da Fazenda, cujo titular é o sr. Eugenio Gudín.
A quebra, sem duvida, foi precipitada por operações escusas do sr. Asdrubal Peixoto, conhecido pela audacia com que sempre movimentou o dinheiro dos depositantes.
Em consequencia, foram lesados dezenas de depositantes, em sua maioria pequenos comerciantes, funcionarios e trabalhadores, cujas economias estavam entregues & guarda do Banco Mercantil, como é o caso do sr. José Cibeli, um modesto escriturário que alí depositara a quantia que conseguira de um emprestimo para a construção de sua casa, e que perdeu 26 mil cruzeiros.
A quebra provocou na praça de Vitoria grande agitação, de vez que, apesar do Banco Mercantil contar apenas com um capital realizado de 10 milhões de cruzeiros, movimentava grandes quantias, pois era um banco utilizado inclusive pela Secretaria da Fazenda que ali depositava consideraveis quantias.
Entre as organizações e pessoas lesadas pelo banco em insolvencia, estão o Instituto Jerônimo Monteiro, com um prejuizo de cerca de 4 milhões de cruzeiros, dinheiro esse pertencente aos funcionarios do Estado; o gover no do Estado; a Prefeitura de Vitoria e numerosas firmas particulares.
Até o momento de encerrarmos o expediente, não havia sido possivel apurar o montante total dos prejuizos causados pela quebra do banco do sr. Asdrubal Peixoto.
