O jornal *Commercio do EspÃrito Santo* relatou os acontecimentos sobre a revolta no quartel de polÃcia na cidade:
Às 23h15, aproximadamente, começou o levantamento de todos os soldados no quartel, com tiros e toques de corneta consecutivos. Um grupo de soldados percorreu as ruas e dirigiu-se à casa do comandante e, em seguida, à do major PlÃnio do Nascimento, incitando-o a assumir o comando do corpo.
Com o aumento dos tiros, os habitantes vizinhos ao quartel acordaram alarmados e incertos sobre o que ocorria. O público não sabia a causa da revolta; alguns acreditavam que nenhum oficial permanecia no quartel, enquanto outros achavam que os oficiais eram atacados à medida que chegavam. A primeira opinião, de que não havia oficiais no quartel, era a correta.
Um informante relatou que três soldados disseram que a revolta era contra os castigos bárbaros impostos aos recrutas e demais soldados pelo coronel comandante. Os soldados resolveram depô-lo para acabar com tais abusos.
Entre meia-noite e 1h30 da madrugada, o povo ficou ciente dos acontecimentos devido à algazarra dos soldados, cujos gritos eram inaudÃveis além dos brados e apoios constantes. O movimento foi dirigido pelo 1º sargento PlÃnio e pelo 2º sargento Carvalho.
Às 6h, o batalhão policial, comandado pelo 1º sargento PlÃnio e tendo o 2º sargento Carvalho como porta-bandeira, percorreu as ruas com três soldados, nus da cintura para cima, apresentando sinais de espancamento nas costas. O batalhão dirigiu-se à casa do coronel Gameiro e, na volta ao quartel, passou em frente à casa do Sr. Cleto Nunes Pereira, que foi procurado para intervir e substituir o coronel Gameiro, com quem os soldados se recusavam a servir.
O Sr. Cleto respondeu que deveriam voltar ao quartel e, na ausência dos soldados, declarou que não tomaria providências, pois era uma questão dos soldados.