O sonho dos milhões...
O ROTEIRO DO PIRATA ZULMIRO
Vários autores mencionam o tesouro da Ilha da Trindade
De 1830 a 1913...
Ao Rio-Jornal foi dirigida a seguinte carta:
"Ilmo. sr. redactor do "Rio-Jornal"! — Acabo de ler em vosso jornal uma crítica referente à expedição que parte para a Trindade. Como um dos organizadores da mesma, peço-vos permissão para opor algumas considerações que espero tereis a gentileza de publicar para restabelecimento da verdade. O roteiro, que mais uma expedição vai levar à Trindade, não foi, como dizeis, escrito por Isac Bickerstoff, no livro por ele publicado em Londres no ano de 1754, sob o título "The Tatler", livro este que não trata de aventuras de piratas.
O roteiro em nosso poder foi escrito pelo próprio pirata Zulmiro, nome de guerra adotado por um oficial da marinha inglesa, que, após haver assassinado um companheiro, fugiu da Inglaterra, atirando-se à vida de pirataria.
O sr. Eduardo Stammers Ioury, já falecido, foi o primitivo possuidor do roteiro, presente que lhe fez o pirata Zulmiro, a quem conhecera no Paraná, no ano de 1880. Morto o sr. Eduardo Iouny, passou o livro em que está escrito o roteiro deixado pelo pirata Zulmiro à ser propriedade de seu irmão já falecido sr. Alfredo Iouny, antigo maquinista da Estrada de Ferro Central do Brasil, sendo atualmente propriedade do sr. Frederico Ramos, professor em Lorena, de quem o sr. Alfredo Iouny era padrasto.
Em 1896, em artigos escritos no "Jornal do Commercio", sob o pseudônimo de J. F. Bastos, o sr. Eduardo Stammers Iouny relata a história do conhecimento travado com o pirata Zulmiro, que faleceu no Paraná com cerca de dois anos, de quem recebera o livro que contém o roteiro que nos levará à Trindade, e autografado do pirata Zulmiro, que está escrito em inglês e entrelinhas no livro "The Tatler", publicado em Londres em 1754, por Isaac Richerstaff.
Pelos dados fornecidos pelo pirata Zulmiro ao sr. Iouny calcula-se que o tesouro fosse escondido há oitenta e três anos. O roteiro em nosso poder determina "matematicamente" o ponto em que foi o tesouro escondido. Como sabeis, o observatório astronômico afirma, o rumo a determinar-se hoje para poder ser encontrado o ponto em que foi escondido o tesouro está completamente modificado, devido à declinação da linha magnética atingindo o ponto em que o roteiro assinala a existência do tesouro.
Pela cópia do "croquis", em nosso poder, enviado pelo Observatório Astronômico, em resposta à consulta feita, podereis ver que o rumo determinado pelo engenheiro é diferente do indicado pelo mesmo observatório.
Não podia, pois, ter sido encontrado o tesouro em ponto não assinalado no roteiro.
Se, pois, o ponto em que o roteiro assinala a existência do tesouro não está matematicamente determinado, e não foi ainda atingido, e podendo ser perfeitamente encontrado, conforme diz o Observatório Astronômico, qual o critério que temos para negar a existência do tesouro?