Nesta semana, a França incluiu em sua constituição o direito das mulheres ao aborto. Por 780 votos a favor, muito acima dos 512 necessários, os legisladores aprovaram esta reforma constitucional durante um congresso extraordinário das duas câmaras do Palácio de Versalhes a oeste de Paris.
O presidente francês, Emanuel Macron já havia se manifestado para garantir esse direito de uma forma mais duradoura, e aí convocou essa reunião com pompa. Após a aprovação, foram praticamente dois minutos de aplausos ininterruptos.
Antes de começar a votação, o primeiro ministro francês, Gabriel Atal, disse que há uma dívida moral da sociedade com todas as mulheres que sofreram na carne com abortos ilegais. Attal lembrou que a França é um passo histórico, que mostra que a França é pioneira, farol da humanidade, uma pátria dos direitos humanos, incluindo as mulheres e não apenas os homens.
As mulheres têm o direito de abortar na França desde 1974, porém essa votação garantiu esse direito pela constituição, o que garante que para esse direito ser retirado, seria necessário uma nova mobilização do congresso com dois terços dos votos da casa legislativa.
A líder da extrema direita disse que votaria a favor da inclusão do aborto na Constituição apesar de não haver planos para a retirada desse direito e que Macron está usando isso para tentar se construir politicamente, já que segundo Le Pen, essa foi a única vitória do governo de Macron.
Esse debate aumentou depois que a suprema corte dos Estados Unidos deixou de reconhecer como um direito Federal, o que alarmou defensores da pauta em todo o mundo.
Créditos: AFP