Diante da persistência da alta dos preços e das consecutivas revisões nas expectativas do mercado para a inflação, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou, nesta quarta-feira (4), a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, a 5,25% ao ano.
No comunicado, o BC indicou que fará nova elevação na mesma magnitude na próxima reunião, em setembro, para 6,25%. Além disso, o BC mudou novamente a avaliação sobre qual nível da taxa deve alcançar e afirmou que deve ficar acima do neutro, que não estimula nem contrai a economia.
Atualmente, a taxa de juros neutra gira em torno de 6,5%.
Na reunião passada, o Copom havia afirmado que a Selic deveria subir até alcançar o patamar neutro. Nos encontros anteriores, a avaliação era que deveria ficar abaixo desta marca porque a economia ainda precisava de estímulo.
"O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária", considerou o texto.
Esta é a maior alta desde fevereiro de 2003, quando a taxa passou de 25,50% para 26,50%. Naquele ano, a inflação ficou em 9,30%. Era o primeiro ano do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com a decisão desta quarta, o BC acelera o ritmo do ciclo de aperto monetário, que vinha sendo de alta de 0,75 ponto nas reuniões anteriores.