A Polícia Federal em Pernambuco, em parceria com a CGU, deflagrou na manhã de hoje a Operação Mapa da Mina, que apura o uso de casas lotéricas de propriedade de agentes políticos para lavagem de dinheiro decorrente de crimes de desvio de verba pública e de corrupção.
A investigação, iniciada em abril de 2018 com a deflagração da operação DECIMUS, identificou que um grupo empresarial comandado por oficial da PM/PE, com atuação na área de vigilância e de serviços gerais, teve crescimento econômico vertiginoso a partir de 2013, a reboque de contratos com entidades públicas municipais, estaduais e federais, mediante dispensas de licitação suspeitas ou processos licitatórios direcionados.
De 2013 até a presente data, duas das empresas do grupo já receberam aproximadamente R$ 175.000.000,00 (cento e setenta e cinco milhões de reais) dos cofres públicos, assim distribuídos:
Entidades municipais: aproximadamente R$ 54.000.000,00;
Entidades estaduais: aproximadamente R$ 105.000.000,00;
Entidades federais: aproximadamente R$ 16.000.000,00.
Os indícios colhidos na primeira fase da operação indicam que os agentes políticos investigados atuam em parceria com o referido grupo empresarial junto a dirigentes de alguns desses órgãos públicos, com o propósito de direcionar licitações ou sua dispensa em favor de empresas do grupo.
Apurou-se que as firmas beneficiadas com os contratos públicos milionários - ou outras empresas a elas coligadas - transferem dinheiro rotineiramente para cinco casas lotéricas de propriedade dos agentes políticos envolvidos, mantidas apenas para viabilizar o processo de lavagem de dinheiro, já que as lotéricas não geram lucros reais para seus sócios. As somas transferidas já totalizam mais de 14 (catorze) milhões de reais, de 2013 até a corrente data.
Estão sendo executados 25 (vinte e cinco) Mandados de Busca e Apreensão, sendo 23 (vinte e três) na Região Metropolitana de Recife, 01 (um) em Caruaru e 01 (um) em Floresta.
Os envolvidos podem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro (art. 1o. da Lei no. 9.613/98) fraudes à licitações (art. 90 da Lei no. 8.666/90), peculato (art. 312 do Código Penal) e corrupção ativa (art. 333 do Código Penal). Participam das buscas cerca de 100 policiais federais, além de auditores da CGU.
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