Hospital de Sorriso (MT) fica sem verba para comprar comida

2018-09-21 0

Entrevista coletiva concedida pelo diretor técnico do Hospital Regional de Sorriso (MT), dr. Roberto Yoshida.

Em resposta a situação de calamidade causada pelo atraso dos repasses do governo Pedro Taques (PMDB), a diretoria do Hospital Regional de Sorriso, localizado à 420 km de Cuiabá (MT), pediu demissão. Desde março os funcionários do centro médico estão sem receber salários e parte dos atendimentos foi parcialmente suspensa, alcançando alimentação, lavanderia e centro cirúrgico.

O Estado deve, atualmente, R$ 8 milhões ao hospital, que é uma instituição pública que tem o Sistema Único de Saúde (SUS) como único cliente.

O caso ganhou repercussão nacional após um vídeo, viralizado nas redes sociais, com o trecho da entrevista coletiva feita pelo diretor técnico do hospital, dr. Roberto Yoshida, que chegou a chorar, emocionado, afirmando que em trinta anos de formado nunca viu nada igual.

“O hospital chegou a tal ponto que até pensamos em fechar a porta para o atendimento de emergência, mas isso seria o caos total para a população, equipe médica e sociedade em geral. Mas o caos já chegou, quarta-feira a comida já vai estar no estoque zero, na quinta o gás para a cozinha vai terminar e na sexta o gás medicinal atingindo pacientes do centro cirúrgico e UTI neonatal. Para assegurar esses pacientes estamos tentando fazer a transferência, caso contrário, vão começar a morrer, um atrás do outro”, disse.

Segundo informações do portal de notícias local, Cenário MT, Yoshida não suportou o estado de calamidade, e acabou pedindo demissão nesta quarta-feira (24) e, um dia antes, a diretoria regional do Hospital de Sorriso pediu demissão durante uma audiência pública realizada na Câmara dos Vereadores.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) disse estar surpreendida com as demissões e que enviou uma equipe técnica para fazer um diagnóstico da situação, com a promessa de realizar um levantamento de cada setor, desde o atendimento, até as áreas clínica e cirúrgica.

Também em resposta a situação extrema, o governo do Mato Grosso informou que irá repassar, ainda nesta semana, R$ 54 mil para comprar comida e retomar parte dos serviços, iniciando uma ação para quitar os repasses atrasados.

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