A Justiça de São Paulo decidiu na noite de sexta-feira (26) que a gestão João Doria poderá fazer "busca e apreensão" de usuários de drogas nas ruas, recolhê-los à força e encaminhá-las a uma avaliação médica. Se autorizada a internação compulsória, será necessária ainda uma decisão judicial para acatar o pedido.
A liminar do juiz Emilio Migliano Neto vai contra os posicionamentos do Ministério Público e Defensoria Pública, que entrarão com recursos. O promotor da área da saúde, Arthur Pinto Filho, chegou a chegou a classificar o pedido de Doria como o "mais esdrúxulo que eu já viu em toda a carreira" e que a iniciativa, caso fosse aceita, promoveria "uma caçada humana".
A expectativa da Prefeitura era uma autorização não apenas para o recolhimento, mas também para a internação compulsória de usuários, sem precisar de uma decisão judicial caso a caso.
O Nocaute foi à região conhecida como Cracolândia três dias após o início da operação feita pela Prefeitura em parceria com o Estado, antes portanto da decisão judicial. Moradores, usuários de drogas e trabalhadores denunciaram graves abusos e violação de direitos humanos.