Ridicularizou e desafiou como bem quis ao poder.
Foi o fradim dele que nos ensinou que era muito bom não levar nada a sério ao fazermos 'top-top' para nós mesmos e para aqueles que nos oprimiam, mas que essa irreverência era demonstração séria de tomada de posição e força.
Por intermédio de suas criações soubemos que, apesar do medo, contrariar e esculachar o poder era um saudável exercício da liberdade que nos tomavam.
Não mudou a história, porém mostrou, sem pretensão, que ela pode e deve ser engraçada e que temos que ter vergonha na cara para podermos achar graça com dignidade.
Em 1988, quando tinha 43 anos, quando criava como nunca, quando criava como sempre... Hemofílico... Morreu de aids, resultado de transfusões de sangues contaminados. Tornou-se símbolo de outra luta, assim como seu irmão mais velho...
É um exercício meio maluco falar em nome de um morto. Mas, se Henfil fosse vivo, creio que, por certo, estaria provocando e cutucando ao poder e a todos nós.
Memória TVT exibido em 29/05/2014
Tema: Tô vendo uma esperança - Homenagem a Henfil