BLOGUE SOBRE A MARINHA DE GUERRA PORTUGUESA
FUZILEIROS NA GUERRA COLONIAL
Blog BARCO À VISTA (barco.a.vista@gmail.com)
Editar contacto
05-08-2016
Para: Eu
Boa noite,
Estimado Comando Gonçalves, esteja à vontade e continue na sua demanda e iniciativa de louvar dedicada à promoção das FA's Portuguesas.
Utilize como vem entender todo quanto se encontra patente no blogue (http://barcoavista.blogspot.pt/): texto, imagens, fotos, esquemas.
Disponha sempre!
Abraços Morais
0:27 / 5:43
(ACTUALIZADO)
No ano em que se comemora os 50 anos da criação da Escola de Fuzileiros, eis uma resenha redigida com o objectivo de recordar a Guerra Colonial, tendo em linha de conta que como acontecimento histórico do passado recente da Nação, traduziu-se na prática no 1.º "teste de fogo" aos ensinamentos ministrados na Escola de Fuzileiros e ao seu produto, as gerações de militares que desde 1961 ostentam a Boina dos Fuzileiros.
GUERRA COLONIAL
Guiões das unidades de Fuzileiros
DÉCADA DE 60
Os Fuzileiros participaram activamente com 12.255 militares durante toda a Guerra Colonial (1961 a 1974), nos três TO - Teatros de Operações onde se desenrolou o conflito bélico:
• Angola: - Rio Zaire, Dembos, Rio Lungué-Bungo, Rio Zambeze, Rio Cubango; - 17 DFE's e 22 CF's destacados;
• Guiné-Bissau: - Bissau, Rio Cacheu, Cacine, Cumbijã; - 27 DFE's e 12 CF's destacados;
• Moçambique: - Cabo Delgado, Niassa, Tete, Lourenço Marques; - 19 DFE's e 12 CF's destacados.
Foram das principais forças militares portuguesas mobilizadas para o combate de contra-guerrilha, criando-se para o efeito 3 tipo de unidades de combate:
• DFE - Destacamentos de Fuzileiros Especiais: 13 unidades metropolitanas e 3 africanas, cada uma inicialmente com 75 e a partir de 1967 com 80 efectivos (4 Oficiais, 6 Sargentos, 14 Cabos, 32 Marinheiros e 24 Grumetes), divididos em três grupos de assalto vocacionados para missões de combate ofensivo de limitada duração e penetração na orla costeira (golpes de mão) e realização de operações conjuntas com os outros ramos das FA's;
• CF - Companhias de Fuzileiros Navais: 12 unidades, cada uma com 140 efectivos (7 Oficiais, 8 Sargentos, 13 Cabos, 36 Marinheiros e 76 Grumetes), divididos por três pelotões de atiradores e uma formação de comando, composta pela secção de comando e uma secção de quartéis. Dispunham ainda de uma secção de abastecimento, secção de secretaria, secção de comunicações e secção de saúde, competia-lhes a missão de patrulhamento, escolta de comboios fluviais de embarcações mercantes, desempenhar o serviço de Polícia Naval e montar segurança a navios, aquartelamentos e Comandos Navais;
• Pelotões Independentes: 4 unidades, cada uma com 43 efectivos (2 Oficiais, 2 Sargentos, 4 Cabos, 13 Marinheiros e 22 Grumetes), tratou-se de unidades destacadas para o Ultramar e integradas no dispositivo local da Marinha, nomeadamente no Arquipélago de Cabo Verde.
De salientar que por regra cada Fuzileiro cumpria duas comissões de serviço no Ultramar, integrado num DFE ou CF, existindo inclusivo diversos militares, nomeadamente entre as classes de Sargentos e Praças, que cumpriram até 4 comissões, cada uma de 2 anos de serviço.
Tal particularidade justifica-se em virtude de todas as unidades de Fuzileiros, nesta época serem formadas por militares do Quadro Permanente e Voluntários, o que traduzia-se num determinado número de militares com experiência de combate, que por inerência contribuia para o aumento do desempenho operacional da respectiva unidade.
Finda a comissão de serviço no Ultramar, a unidade de Fuzileiros regressava a Portugal, sendo os seus efectivos rendidos na totalidade, no entanto mantinha o mesmo n.º de designação como unidade militar, que após nova constituição orgânica, destacava novamente para África em comissão de serviço, somente a Marinha de Guerra Portuguesa dos 3 ramos das FA's adoptou este sistema de rendição de unidades militares.