O primeiro-ministro espanhol anunciou ao início da noite a aplicação do artigo 155 da Constituição, com vista, segundo ele, “a pôr termo ao sequestro inadmissível dos catalães e ao roubo de uma parte do território espanhol”.
Foi ao final de um Conselho de Ministros extraordinário e com a luz verde do Senado à aplicação da suspensão da autonomia catalã que Mariano Rajoy anunciou a dissolução do governo e do parlamento autonómicos e a convocação de eleições regionais para dia 21 de Dezembro.
El Gobierno adopta medidas para evitar el secuestro inadmisible a los catalanes y hurto de una parte de su territorio al resto de españoles— Mariano Rajoy Brey (@marianorajoy) October 27, 2017
Entre os anúncios de Rajoy, destinados, segundo ele, a “pôr termo à escalada de ilegalidade” encontra-se ainda o encerramento de todas as representações diplomáticas catalãs no estrangeiro e a exoneração do diretor da polícia autonómica, Per Campins, mas não do chefe dos Mossos d’ Esquadra atualmente acusado de “desobediência” pelo Tribunal da Audiência Nacional.
Ponemos en marcha las primeras medidas para evitar que puedan seguir dando pasos en esta escalada de ilegalidad pic.twitter.com/uaEczjjN73— Mariano Rajoy Brey (@marianorajoy) October 27, 2017
O anúncio do primeiro-ministro surge num momento em que o Tribunal Constitucional e o Supremo Tribunal estão agora a analisar queixas contra os membros do governo e do parlamento catalão, assim como um recurso que exige a anulação da declaração de independência de hoje no parlamento catalão.
El Estado tiene los medios para recuperar la normalidad. Planteamos al TC la nulidad de las resoluciones aprobadas hoy por el Parlament pic.twitter.com/8Toz2E14B5— Mariano Rajoy Brey (@marianorajoy) October 27, 2017
Esta noite, o executivo catalão continuava reunido no Palácio da “Generalitat” em Barcelona e, segundo algumas fontes, poderia realizar amanhã o primeiro “Conselho Executivo da República”, após proclamar a independência.
Horas antes, o Senado espanhol tinha dado luz verde à atuação do governo, por 214 votos a favor e 47 votos contra, com um texto que transfere para os ministérios de Madrid as competências do governo regional, sem, no entanto, colocar sob a alçada do executivo central os meios de comunicação públicos catalães. Madrid ameaça tomar medidas disciplinares contra todos os funcionários públicos que recusem respeitar as novas medidas. O presidente do Supremo Tribunal espanhol enviou uma carta esta noite aos magistrados catalães, para pedir-lhes que, “reafirmem o seu compromisso com o estado constitucional”.