O governo catalão poderá declarar a independência, esta terça-feira, sob forte pressão económica, política e judicial de Madrid.
Segundo a imprensa catalã , o presidente do executivo regional teria finalizado a declaração que deverá ser lida no parlamento a partir das 18h00 e que poderá prever um período transitório de negociações e a necessidade de uma mediação internacional.
Carles Puigdemont, que deverá exprimir-se sobre a “situação política” após o referendo independentista, parece assim pronto a resistir à possibilidade de Madrid poder suspender a autonomia da Catalunha ou assumir o controlo das autoridades locais no quadro de uma situação de emergência no território.
No terreno, a situação mantém-se num impasse, sem nenhum contacto direto entre o governo central e a Generalitat, apesar da abertura ao diálogo por parte de Barcelona.
Uma residente de Barcelona, afirma, “nós não vamos recuar. Lutamos por isto há mais de 300 anos e não é agora que vamos fazer marcha-atrás”.
Outro residente afirma, “eu penso que Espanha tem que manter-se unida. Percebo que certos meios queiram a independência mas não concordo com a forma como estão a levar a cabo o processo, penso que é incorreto”.
O primeiro-ministro Mariano Rajoy reafirmou esta segunda-feira que o governo, “vai fazer tudo ao seu alcance para evitar a independência da Catalunha”, durante uma reunião do seu partido.
Símbolo das tensões entre a polícia autonómica e a polícia nacional, o supremo tribunal catalão decidiu reforçar a segurança das suas instalações com agentes das forças nacionais, pondo fim à exclusividade da polícia regional.
Um gesto justificado com a necessidade de continuar a funcionar em caso de independência.
Madrid tinha considerado a consulta popular independentista de há duas semana como ilegal, rejeitando reconhecer os resultados, quando vários responsáveis policiais e políticos catalães são acusados de desobediência pela justiça espanhola.
O líder da oposição socialista, Pedro Sanchez voltou a apelar a Puigdemont que recue e que convoque eleições antecipadas, segundo ele, “para deixar falar o povo catalão”.
A associação independentista Assembleia Nacional Catalã convocou, por seu lado, uma manifestação para as 18h00 locais, frente ao parlamento, alegadamente para apoiar a declaração de independência.