O Tribunal Supremo espanhol suspendeu a sessão do parlamento regional catalão prevista para segunda-feira, quando se esperava que fosse declarada a independência da região autónoma espanhola de forma unilateral.
Espanha atravessa a maior crise política depois do franquismo e da chamada transição democrática dos anos 70, por causa da realização de um referendo sobre a independência da Catalunha.
Sem revelar se a ordem de suspensão seria ou não acatada, a presidente do Parlamento da Catalunha, Carme Forcadell, falou em censura e em ataques da parte dos tribunais que “fazem política”:
“Esta medida põe em causa a liberdade de expressão dos membros do parlamento e demonstra, mais uma vez, que os tribunais são utilizados para resolverem problemas políticos”, explicou aos jornalistas.
O que constitui um ataque à liberdade de expressão, seria, para Xavier García Albiol, do Partido Popular (centro-direita, Governo central), um bom momento para que o Governo da Generalitat mude de rumo:
“Nós acreditamos que esta medida constitui uma oportunidade para que os líderes regionais catalães voltem atrás nesta louca aventura de declarar a independência de forma unilateral”, explicou García Albiol.
Catalunha vive dias de tensão
O referendo de domingo não foi bem recebido na Catalunha pelos que desejam que a região permaneça como uma das 17 autonomias espanholas.
Posto em causa pelo Governo conservador do presidente Mariano Rajoy (PP) e rejeitado pela União Europeia, o referendo tem sido motivo para dias de muita tensão na Catalunha.
As violentas cargas policiais levadas a cabo pela Polícia Nacional e Guardia Civil, por outro lado, continuam a ser motivo de protestos da parte dos independentistas.
Tanto a Amnistia Internacional como as Nações Unidas criticaram a atuação das forças de segurança espanholas na Catalunha, no dia do referendo, que deixaram mais de 800 feridos.
Com agências