A cinco dias de uma possível declaração unilateral de independência, o presidente da Generalitat da Catalunha, Carles Puigdemont, disse estar dececionado com o Rei. Segundo Puigdement, o chefe de Estado espanhol rejeitou o papel de mediador.
Carles Puigdemont prometeu que iria aplicar os resultados do referendo do passado domingo relativo à independência da Catalunha, considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Constitucional espanhol e rejeitado pelo presidente do Governo central, Mariano Rajoy.
O presidente da Catalunha fez o seu discurso em catalão e em castelhano.
Dirigiu-se diretamente a Felipe VI, dando parte da sua frustração relativamente ao discurso do chefe de Estado espanhol de terça-feira.
“As pessoas esperavam de si um apelo ao diálogo e à concórdia”, disse o presidente catalão.
“O Rei ignora deliberadamente milhões de catalães que não pensam como o Governo”, continou.
O presidente da Generalitat disse ainda que o povo da Catalunha tinha dado provas de um grande civismo e que iria manter-se unido, acontecesse o que acontecesse e apesar do que definiu como “pressão do Governo” (central).
*Possível declaração unilateral de independência na próxima semana”
Esta quarta-feira, foi dada a conhecer as intenções das forças a favor da independência, atualmente maioria no Parlament da Catalunha, como Junts pel Sí e CUP.
Ambos partidos pediram a presença do presidente regional no hemiciclo na segunda-feira, de forma a que sejam apresentados, de forma oficial, os resultados do referendo.
A intenção, segundo o diário catalão La Vanguardia, seria fazer com que arranquem os mecanismos que deverão culminar com o processo da independência da região autónoma da Catalunha.
Um porta-voz da Generalitat disse, esta quarta-feira, que todos os passos do processo que deverá levar à independência estão já decididos.
Uma vez assegurada a contagem dos votos de forma oficial, esta será apresentada no parlamento regional e será a Câmara a proclamar a independência da Catalunha.