A França e o Reino unido apelaram esta segunda-feira ao que definiram sentido de liderança da parte de Aung San Suu Kyi.
A Europa pede o fim da violência contra os muçulmanos Rohingya no estado birmanês de Rakhine. Para as Nações Unidas, o que está a acontecer em Myanmar, antiga Birmânia, tem um nome: limpeza étnica.
Para o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros (Relações Exteriores), Boris Johnson, apenas Kyi poderá influenciar o rumo da crise:
“É realmente bárbaro o que está a acontecer aos Rohingya, sem dúvida”, disse Johnson.
“E claro, terão de ser Daw Suu e Aung San Suu Kyi a mostrar o caminho e tentar impôr a sua vontade aos militares,” continuou o chefe da diplomacia do Reino Unido.
Aung San Su Kyi, conselheira de Estado de Myanmar e líder de facto do Governo, faltou à septuagésima segunda sessão regular das da Assembleia Geral das Nações Unidas, que termina no dia 25 de setembro.
David Miliband apela a uma “ONU firme”
Para David Miliband, do Comité Internacional de Resgate a ONU deve ser firme. Em entrevista à Euronews, o presidente IRC (sigla em inglês) pediu à Comunidade Internacional um posicionamento comum:
“É muito importante que este problema não se centre apenas numa pessoa. É importante que, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, haja uma só mensagem: a de que o respeito pelos direitos humanos e pelas minorias é essencial para que haja ajuda humanitaria”, disse Miliband.
“São normas a seguir pelo Myanmar como por todos os outros países. O contexto interno de um país não pode sufocar os direitos humanos,” concluiu.
Esta segunda-feira, chegaram ao Bangladesh mais grupos de refugiados da minoria muçulmana Rohinguya, que afirmam ter sido alvo de violência e de pilhagens.
A mais recente onda de violência em Myanmar começou no final de agosto, quando os rebeldes Rohingya atacaram esquadras e um complexo militar. Morreram 12 pessoas.
Segundo a Organização Internacional das Migrações, cerca de 400 mil refugiados fugiram do país para o vizinho Bangladesh nas últimas semanas.