Angela Merkel volta a tentar dissipar as críticas à gestão da crise dos refugiados, garantindo que a situação de 2015 não vai repetir-se.
Frente a milhares de telespetadores do primeiro canal da televisão pública, a Chanceler alemã e candidata à sua sucessão defendeu ontem o caráter excecional da decisão de acolher quase um milhão de migrantes, afirmando que os alemães “deveriam sentir-se orgulhosos” da atuação do governo.
O tema continua assim a dominar o debate para as eleições de dia 24, sem no entanto perturbar o favoritismo da Chanceler nas sondagens.
Interrogada pelo público sobre, “Quem é que vai proteger a Alemanha de demasiados estrangeiros nos próximos 30 anos?”, Merkel respondeu:
“O que aconteceu em 2015 não deverá voltar a repetir-se. Temos que antes de mais lidar com as causas da migração nesses países, ajudar as pessoas perto dos seus países”.
A mais de 15% de distância da rival nas sondagens, o líder dos Sociais-Democratas alemães rejeita desistir da corrida ou reeditar uma nova grande coligação com os conservadores.
Martin Schulz apresentou ontem as prioridades da sua legislatura dominada pelas questões da igualdade de rendimentos entre sexos e no acesso à educação, a defesa de uma reforma digna e dos valores europeus.
“Aspiro a ser Chanceler e, se a senhora Merkel quiser ingressar no meu governo, pode fazê-lo como vice-chanceler”, ironizou Schulz.
O terceiro lugar do escrutínio e o futuro pilar de uma possível coligação continua a ser disputado entre os Verdes, o partido xenófobo alternativa para a Alemanha e os Liberais Democratas do FDP.
Os ecologistas rejeitaram já a possibilidade de uma aliança com o FDP, impondo como condição essencial para entrarem num governo Merkel, o encerramento imediato de 20 centrais a carvão no país.