Com balas de borracha e recurso a gás lacrimogéneo, a Polícia Nacional Bolivariana (PNB) reprimiu a embaraçosa marcha da oposição venezuelana rumo ao Palácio Federal Legislativo, onde funciona o Parlamento. Um protesto que se fez notar imediatamente após a tomada de posse da polémica Assembleia Nacional Constituinte, esta sexta-feira.
“A Assembleia Nacional foi o epicentro da resistência na Venezuela somado ao esforço e sacrifício de mais de 120 jovens, mulheres e homens que foram abatidos na rua pela violência política promovida pelo regime”, denunciou, nas ruas de Caracas, o deputado opositor William Dávila.
A antiga ministra venezuelana dos Negócios Estrangeiros, Delcy Rodríguez, será a Presidente da Assembleia Nacional Constituinte eleita no passado domingo num escrutínio denunciado como fraudulento.
“O povo de Venezuela também disse que o conflito violento não se vai impor no país para poder possibilitar uma intervenção estrangeira. Mandamos muitas mensagens não só à Venezuela mas também ao mundo. Ao chefe do império dizemos: Não te metas com a Venezuela. Vamos repeti-lo quantas vezes for preciso”, sublinhou Delcy Rodríguez.
Los constituyentes somos la voz de todos los venezolanos y venezolanas que desean la paz de esta patria noble! #ConstituyentePuebloSoberano pic.twitter.com/YIbry5N9l5— Carmen Meléndez (@gestionperfecta) August 4, 2017
Também esta sexta-feira vários apoiantes da Constituinte desfilaram pelas ruas de Caracas. O Presidente Nicolás Maduro felicitou os venezuelanos.
Felicitaciones al Pueblo de Venezuela,ya tenemos Constituyente,todo nuestro apoyo a DrodriguezVen Presidenta de la ANC..Tiempos de Historia pic.twitter.com/DjzMfXkyrZ— Nicolás Maduro (NicolasMaduro) August 4, 2017
Maduro anunciou também que durante a jornada deste sábado a Assembleia trabalhará para começar a tratar da instalação de uma comissão “da verdade, justiça, da reparação das vítimas e da paz.”
Eduardo Salazar Uribe, Euronews: “Depois da instalação da Assembleia Nacional Constituinte os porta-vozes da oposição dizem que haverá mais perseguição política aos líderes que se opõem ao Governo de Nicolás Maduro. Espera-se que se reestruture o Estado, que se imponha uma nova Constituição e se reforme o poder judicial, aprofundando ainda mais o modelo socialista instaurado através da Revolução Bolivariana nesta nação caribenha.”