Menos numerosas depois de proíbidas pelo governo, as manifestações na Venezuela contra o presidente Nicolas Maduro mantiveram-se durante sexta-feira, em vários pontos do país. Em Caracas e noutras cidades registaram-se confrontos com a Guarda Nacional.
Na capital, a mobilização ficou restrita a barricadas na zona oriental da cidade, onde a oposição está mais implantada.
Entretanto, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou que o seu país não reconhecerá os resultados da votação para a Constituinte.
“Esta assembleia constituinte tem uma origem desonesta e, portanto, os seus resultados não podem ser reconhecidos”, disse Juan Manuel Santos, a quem Maduro chama “vassalo de Donald Trump”.
O presidente venezuelano acusa os governos da Colômbia e do México de servirem de moço de recados dos Estados Unidos.
A oposição reclamou entretanto contra a detenção, por ordem do Supremo Tribunal, de Alfredo Ramos, presidente do minicípio de Iribarren (Barquisimeto), no estado de Lara, acusado de encorajar os protestos anti-Maduro.
Na quinta-feira, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu às autoridades venezuelanas que respeitem o direito dos cidadãos à liberdade de expressão e manifestação pacífica.
Maduro enfrenta, desde abril, uma vaga de protestos que já deixou mais de uma centena de mortos no país, a braços com uma profunda crise política e económica. A oposição exige a revogação da votação da Assembleia Constituinte defendida pelo presidente, que considera um estratagema de Maduro para alterar a Constituição de modo a prolongar o seu mandato.