O Senado norte-americano subscreveu na quinta-feira a posição da câmara dos representantes aprovando por esmagora maioria a imposição de novas sanções à Rússia, Irão e Coreia do Norte, apesar das objeções do presidente.
Com 98 votos a favor e apenas dois contra, os senadores confirmaram a aprovação na câmara dos representantes, onde na terça-feira passou com 419 votos favoráveis e três negativos.
Resta saber se Donald Trump vai usar o poder de veto ou se promulga o diploma.
Este resultado representa uma mensagem clara para o presidente, disse o senador Benjamin Cardin, líder dos democratas na comissão de Negócios Estrangeiros:
“É uma mensagem clara para o presidente Trump. Queremos que ele seja duro com a Rússia. Queremos mais sanções e queremos garantir que a Rússia fará o que está certo.”
Segundo o Republicano Bob Corker, Bob Corker, presidente da comissão de Negócios Estrangeiros do Senado, não é provável que o presidente recorra ao veto:
“Acho que ficou claro que isto é um fato consumado, quero dizer, quando se é confrontado com este tipo de voto esmagador, significa que, provavelmente… quero dizer, eu não posso falar por eles, mas se me pedissem conselho, diria que opor o veto a algo que recebeu este apoio não serve o interesse de ninguém”
O reforço das sanções contra a Rússia pretende responder à suposta interferência de Moscovo na campanha eleitoral norte-americana em 2016. As sanções contra o Irão e a Coreia do Norte são justificadas com os programas de armamento destes países.
O projeto-lei foi criticado por Moscovo, mas suscitou também a avaliação negativa da União Europeia. Em declarações à cadeia de televisão alemã ARD, a ministra da Economia alemã, Brigitte Zypries, criticou o abandono por parte dos Estados Unidos da “linha comum” face à Rússia, assinalando que as novas sanções propostas pelo Congresso norte-americano podem prejudicar as empresas europeias.
Na quarta-feira o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, advertira que Bruxelas está pronta para “agir em conformidade numa questão de dias”, caso as preocupações europeias não forem tidas em conta pelos EUA.