A Rússia afirma estar pronta a retaliar as novas sanções contra o país aprovadas ontem pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
O porta-voz do Kremlin reagiu ao que considera ser “um ato hostil” por parte de Washington, quando vários responsáveis políticos russos afastam a possibilidade de uma melhoria das relações entre os dois países.
Moscovo tinha já ameaçado expulsar diplomatas norte-americanos e apreender propriedades dos EUA no país, em resposta às represálias de Washington na investigação à alegada interferência russa nas eleições de Novembro.
Segundo o líder da Comissão de Relações Internacionais do Senado russo, Konstantin Kosachev:
“Em áreas como a cooperação comercial, económica, científica e tecnológica, assim como da cooperação ao nível de desafios modernos como a resolução de conflitos regionais, a luta contra o terrorismo e outros temas, nós temos que selecionar medidas de represália que, primeiro, mantêm os nossos interesses intactos e que, em segundo lugar, estas medidas têm que ser dolorosas para os americanos. Elas não podem ser apenas simbólicas, devem ser mais que um mero aviso”.
O projeto-lei que prevê o endurecimento das sanções à Rússia, mas também ao Irão e à Coreia do Norte, limitando a possibilidade de Donald Trump poder suspender as medidas, tem ainda que ser aprovado pelo Senado e pelo próprio presidente.
A União Europeia mostrou-se igualmente preocupada com os efeitos colaterais sobre os investimentos europeus na Rússia, em especial ao nível do setor energético. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker afirmou que, “América Primeiro” – o “slogan” de campanha do presidente Trump – “não pode significar que os europeus são os últimos”.