Contra as imposições da União Europeia e a favor de uma “governação patriótica”, como lhe chamou, Viktor Orban deixou claro num discurso feito na Roménia que a Húngria está ao lado da Polónia na rejeição daquilo que a União Europeia encara cada vez com maior veemência como restrições às liberdades democráticas dos países membros do leste europeu.
“Isto é injusto, sem princípios, um exemplo claro de duplos critérios, é o que Bruxelas está a fazer com os polacos actualmente. É por isso que uma pessoa honrada, não apenas porque somos húngaros, mas porque somos pessoas honradas, não pode aceitar isto. E nestas situações devemos ficar sempre ao lado dos atacados, por isso envio daqui a minha palavra ao sr. Schulz: estamos solidários com a Polónia.”, afirmou o primeiro-ministro húngaro, em desafio aberto às crescentes preocupações verbalizadas da Comissão Europeia.
A maioria parlamentar polaca aprovou esta sexta-feira uma reforma judicial que transfere para o governo poderes do Supremo Tribunal, ignorando os avisos da Comissão Europeia para que Varsóvia suspendesse a reforma sob pena de aplicação de sanções sem precedentes caso esta avançasse.
Com a independência judicial sob forte ameaça, dezenas de milhares de polacos manifestaram-se por toda a Polónia exigindo tribunais livres e pedindo ao presidente polaco, Andrzej Duda, que vete a lei aprovada parlamentarmente, para o que dispõe agora de 21 dias, mesmo que Duda se posicione próximo do Partido Lei e Justiça, de direita e com maioria parlamentar.