Centenas de rapazes sofreram abusos físicos e sexuais num internato, no sul da Alemanha, dirigido pelo irmão do papa Bento XVI.
As primeiras notícias do caso surgiram em 2010. Face às críticas, a Diocese de Regensburgo solicitou um relatório independente que foi agora tornado público.
O advogado que realizou a investigação, Ulrich Weber, encontrou 500 casos de abusos físicos e 67 de abusos sexuais, entre 1945 e 2015.
“Muitos dizem que foi o pior período das suas vidas, um período marcado pela violência, pelo medo e pelo desespero”, afirmou o advogado Ulrich Weber, em conferência de imprensa.
Georg Ratzinger esteve à frente do internato e do respetivo coro, entre 1964 e 1994. Em 2010, o irmão de Bento XVI reconheceu ter dado estaladas na cara a crianças, mas, afirmou desconhecer a brutalidade dos maus tratos impostos aos alunos.
Franz Bittenbrink é um dos sobreviventes da violência repetida por parte dos professores.
“Na sala de aulas levei dezoito estaladas na cara e puseram-me contra a parede. No sala do diretor, tínhamos que tirar o pijama, ficar nus e éramos torturados, era muito humilhante”, contou o antigo aluno.
Foram postos em causa 49 professores. As vítimas descreveram a instituição católica como uma prisão e um campo de concentração.
Segundo o advogado Ulrich Weber, o irmão de Bento XVI que tem hoje 93 anos, pode ser responsabilizado por não ter agido.