A Europa prestou a última homenagem a Helmut Kohl, na sede do Parlamento Europeu, em Estrasburgo. Um hemiciclo cheio para o adeus ao homem que sonhou e iniciou a construção de uma Europa unida.
Os discursos centraram-se todos no papel que Kohl teve na reunificação da Alemanha e na construção da União Europeia. A maioria dos intervenientes frisou o facto de o antigo chanceler alemão querer uma Alemanha europeia e não o inverso:
“Durante o almoço, Kohl pediu, excecionalmente, permissão para falar, geralmente falava sem pedir permissão. Estava emocionado, As lágrimas impediam-no de falar, mas acabou por dizer que aquele dia, o início das negociações de adesão de países da Europa do Leste, Chipre e Malta, foi um dos momentos mais maravilhosos da sua vida. Viver aquele momento histórico, do alargamento da Europa, enquanto chanceler federal alemão comoveu-o profundamente”, afirmou Jean Claude Juncker.
Para além dos presidentes das instituições europeias tiveram ainda a oportunidade de proferir umas palavras de despedida o antigo Primeiro-ministro espanhol Filipe González, o chefe do executivo russo, Dmitri Medvedev, o antigo presidente dos EUA Bill Clinton:
“Dorme bem meu amigo, o maior presente que nos deixas é a lição de que a coisa que mais interessa na vida é o que deixamos aos nossos filhos, a liberdade, a paz, a segurança, para construir a nossa própria prosperidade, perseguir os nossos sonhos e acreditar que podemos ser grandes, se nos desprendermos. Fizeste um bom trabalho na tua vida. E aqueles de nós que a partilhamos, amaram-te por isso. Obrigado!” – Disse Clinton.
O chefe de Estado francês Emmanuel Macron e a chanceler alemã Angela Merkel foram os últimos a falar:
“Muitas das coisas que damos como certas, remontam a ele: a unificação de Europa Oriental e Ocidental, o mercado único, o fim do controlo de fronteira entre os países membros da UE, a moeda única que circula na maioria dos países, o facto da União Europeia existir, na sua forma atual, todas essas coisas estão e continuarão a estar ligadas, materialmente, ao seu nome”, afirmou Merkel.
O homem que começou a construção da União Europeia, e derrubou, em sentido figurado, naturalmente, o muro de Berlim, faleceu aos 87 anos na sua terra natal a 16 de junho. Kohl chega à Alemanha, e há sua cidade natal, esta tarde onde repousarão os seus restos mortais.