A Comissão Inter-Americana em Direitos Humanos declarou hoje em conferência de imprensa na Cidade do México que a investigação referente ao desaparecimento de 43 estudantes em setembro de 2014 está num impasse.
O destino dos estudantes desaparecidos numa noite de confronto com a polícia permanece uma incógnita, apesar das investigações. Paulo Abrão, secretário executivo da Comissão, declarou: “Expressámos a nossa preocupação de maneira muito contundente sobre a falta de celeridade da investigação, sobre a falta de novos indícios desde dezembro de 2015 e que no caso da polícia de Huitzuco até hoje não se tenha conseguido uma acusaçao formal.”
Às portas da Procuradoria Geral do México, pais de desaparecidos montaram tendas em protesto, mantendo a esperança de reencontrar os filhos, mesmo com a falta de avanço do inquérito.
Epifanio Alvarez, pai de um dos estudantes de paradeiro desconhecido, afirmava: “Estamos aqui e se nos vierem matar, será cara a cara. Não temos medo, estamos cheios de raiva. Vai ser assim, vamos pressionar.”
Em setembro de 2014, em confrontos com a polícia em Iguala, no estado mexicano de Guerrero, seis estudantes morreram, 17 ficaram feridos e o destino de outros 43 permanece desconhecido.
A versão com maior força, apesar de contestada pela Comissão, é a de que os estudantes terão sido mortos e incinerados numa vala comum na cidade de Cocula, perto de Iguala.