Arqueólogos descobriram na última quinta-feira, 9, uma estátua do faraó Ramsés II que estava submersa na lama em Mataryia, área ao leste de Cairo. Considerada uma das descobertas mais importantes da história pelo Ministério de Antiguidades do país, a obra é feita de quartzito e tem oito metros de altura. Apesar de próxima da capital, a região teve seu potencial arqueológico descoberto apenas em setembro do ano passado, quando o grupo de especialistas alemães e egípcios iniciou escavações na área.
A região de Mataryia, hoje composta por ruas de terra e construções inacabadas, é histórica por abrigar as ruínas do Templo do Sol de Heliópolis, fundado pelo imperador e que, de acordo com os arqueólogos, comportava a estátua encontrada. Heliópolis, que recebe inclusive menção no livro bíblico do Gênesis, sob nome de “Om”, era dedicada à adoração de Rá – deus do Sol. O faraó Ramsés II liderou a civilização egípcia por 66 anos, no século 13 a.C, e é considerado um dos mais importantes do Antigo Egito – a ponto de ser referenciado pelos antigos como o “Grande Antepassado”.
Em seu governo, o império egípcio realizou numerosas expedições militares, consolidando um território que se estendia desde a Síria até o atual norte do Sudão. Sua boa reputação rendeu homenagens de diversos sucessores, que adotaram o nome Ramsés para si próprios.
No local, o grupo encontrou também um fragmento de 80 cm de uma estátua em tamanho real do faraó Seti II, neto de Ramsés II. Os arqueólogos pretendem continuar na busca pela partes faltantes das duas obras – na de Ramsés II só foram achados o torso, parte da cabeça e detalhes como a coroa, a orelha direita e parte de um olho. O objetivo é que elas possam ser restauradas e expostas no Grand Egyptian Museum, museu que será inaugurado na cidade de Gizé em 2018.