O líder da ala mais conservadora dos republicanos vai assumir o cargo de responsável da Justiça na nova administração norte-americana.
A nomeação de Jeff Sessions, uma escolha com que Donald Trump retribui o apoio do senador à sua candidatura desde a primeira hora, foi aprovada esta noite no senado, por 52 votos a favor e com 47 votos contra.
Para o líder da maioria republicana no senado, Mitch McConnel:
“Ele tem um grande trabalho à sua frente e penso que está à altura da função. Ele é duro mas justo. Ele é persistente mas respeituoso. É um tipo afável, um colega com princípios e um parceiro honesto”.
Já a bancada democrata não poupou críticas ao político, recordando as suas posições racistas do passado. Segundo o senador Tim Kaine, antigo candidato à vice-presidência ao lado de Hillary Clinton:
“Um responsável da justiça tem que defender o estado de direito, mesmo contra os poderosos que o nomearam. Eu estou contra o senador Sessions, que é um amigo e alguém que respeito, por causa das suas posições pois acredito que o seu legado levanta dúvidas sobre a sua capacidade de defender aqueles que mais necessitam e que levanta dúvidas sobre a sua capacidade de contrariar as ações ilegais deste executivo”.
Senador do Alabama, desde há três décadas que Sessions inspira Trump, com as suas posições contra o aborto e o casamento homossexual, mas também a sua política de tolerância zero face à imigração e o combate à criminalidade.
Uma escolha vivamente contestada pela oposição democrata que, durante mais de 30 horas de intervenções no senado, não hesitou em recordar as posições do político, no passado,contra o direito de voto para os afro-americanos.
Em 1986, o mesmo senado tinha rejeitado a nomeação de Sessions para o cargo de juíz federal devido às suas declarações racistas.
O político de 70 anos torna-se o sexto dos 15 membros do executivo de Trump a ser confirmado pelo Senado, quando a minoria democrata do senado recorre a todos os meios para atrasar as nomeações.
Sessions vai ocupar-se de algumas das medidas mais polémicas de Trump, como o decreto anti-imigração entretanto suspenso, a situação dos migrantes indocumentados ou as sanções contra as cidades que rejeitam colaborar com as autoridades migratórias.