O vice-presidente norte-americano voa ao socorro de Donald Trump, no braço de ferro com a justiça após a suspensão do polémico decreto anti-imigração na sexta-feira.
Os tribunais rejeitaram ontem o pedido de recurso da decisão interposto pela Casa Branca, considerando a medida como discriminatória, ao visar migrantes e refugiados de sete países muçulmanos.
Para o vice-presidente Mike Pence, Trump tem o direito de criticar a decisão dos juízes:
“O povo americano sabe que as ameaças que enfrentamos são reais e elegeram o presidente Donald Trump por diversas razões. Uma dessas razões tem a ver com a necessidade de repensar a nossa política migratória de forma a garantir que as pessoas que representam uma ameaça para as nossas famílias e comunidades não possam viajar a este país. Vamos continuar a sublinhar isto, que as ações do presidente são sólidas em termos constitucionais e legais”, garantiu Pence.
Já Donald Trump mostrou-se mais ofensivo, na sua conta na rede social Twitter, ao considerar que os juízes, “colocam o país em risco”, ao suspenderem a medida, que visa evitar a entrada de terroristas no país.
A suspensão do decreto levou milhares de pessoas a retomarem as viagens para os Estados Unidos, quando mais de 60 mil vistos tinham sido anulados nos últimos dias.
No aeroporto de Paris, uma turista originária do Paquistão, não esconde a inquietação:
“Mesmo sem fazermos parte de um dos países visados, só o facto de sermos muçulmanos faz-me estar muito preocupada sobre se nos vão interrogar à chegada. Disseram-me que é possível que sejamos detidos e eu tenho um filho de 16 meses e estou muito preocupada com o seu futuro”.
Fontes na Casa Branca afirmam que Trump poderia levar o caso ao Supremo Tribunal, dividido entre quatro juízes conservadores e quatro magistrados de tendência progressista.