Expropriação de colonato israelita na Cisjordânia está em curso

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Começou esta quarta-feira de manhã, na Cisjordânia, a operação de expropriação e demolição do colonato israelita de Amona. Este assentamento judeu é o maior dos cerca de 100 construídos de forma ilegal nos territórios da Palestina e, em 2014, foi condenado à demolição pelo Supremo Tribunal de Israel.

O processo está, contudo, a encontrar a oposição dos residentes e de algumas forças políticas nacionalistas. Um forte dispositivo de segurança foi, por isso, mobilizado para o local depois de o exército israelita ter dado um prazo de 48 horas para os colonos abandonarem Amona.

Security forces assemble outside Amona ahead of likely evacuation https://t.co/OldZkZAZ0J— The Times of Israel (@TimesofIsrael) 1 de fevereiro de 2017


O colonato assentou raízes em 1996, não tinha autorização, mas era tolerado pelo Governo de Israel. Cerca de 50 famílias residem em Amona, num total de cerca de 250 pessoas. Nas últimas semanas, terão chegado mais colonos judeus para ajudar os residentes a resistir a expropriação.

Thousands of #amona supporters now in place. pic.twitter.com/8SQ6qf1Spd— Amona_EN (@AmonaEn) 1 de fevereiro de 2017


O jornal israelita Haaretz está a acompanhar a operação e relatou ao final da manhã que as forças de segurança mobilizadas para a evacuação de Amona estavam a ser alvejadas com pedras por alguns opositores à expropriação.

O rabino chefe de Israel apela aos residentes de Amona e outros ativistas antiexpropriação presentes no local para não recorrerem à violência na oposição ao processo.

“A evacuação da comunidade e das famílias a viver no colonato evoca tristeza e grande dor, no entanto é obrigatório respeitar a lei e evitar os comportamentos violentos contra qualquer pessoa e ainda mais contra as forças de segurança que passam o dia e a noite a trabalhar para o povo de Israel. Por isso, cabe a cada um comportar-se de acordo com a ‘halakha’ (a lei religiosa hebraica) e a lei civil”, afirmou o rabino chefe David Lau.

Senior minister vows annexation of entire West Bank after evacuation of Amona https://t.co/KL1YzFOPxs— Haaretz.com (@haaretzcom) 1 de fevereiro de 2017


No “Knesset”, o parlamento israelita, o ministro da Educação, Naftali Bennet, descreveu os residentes de Amona como “heróis” e, citado pelo Haaretz, prometeu que após a “perda dolorosa” do colonato irá seguir-se a anexação de toda a Cisjordânia.

Só nas últimas duas semanas, o Governo de Benjamin Netanyahu já autorizou a construção de mais 6000 casas em colonatos israelitas existentes nos territórios palestinianos, incluindo Jerusalém Oriental.