Snowden, Assange ou Manning são sobrenomes que ficarão para sempre na história. Transformaram-se, cada qual à sua maneira, num símbolo de resiliência e por isso um monumento à coragem, que os recorda mas também glorifica, está a percorrer várias cidades. Na passagem por Berlim, as gravuras em bronze, do trio de denunciantes, serviram para incentivar as pessoas a falar.
Chelsea Manning foi condenada em 2013 e deveria sair da prisão apenas em 2045. Uma pena agora comutada por Barack Obama, o presidente cessante dos Estados Unidos.
VICTORY: Obama commutes Chelsea Manning sentence from 35 years to 7. Release date now May 17. Background: https://t.co/HndsbVbRer— WikiLeaks (@wikileaks) January 17, 2017
A militar transexual norte-americana de 29 anos, que antes se chamava Bradley Manning, chegou a estar presa por ter revelado segredos militares e diplomáticos, naquela que foi a maior fuga de informação de sempre nos EUA para o Wikileaks.
Há dez anos que o portal publica “informações significativas”, mas igualmente comprometedoras.
Manning disponibilizou 700 mil documentos militares secretos que fizeram correr muita tinta em todo o mundo. Em particular, imagens que mostravam um helicóptero militar norte-americano a matar civis iraquianos.
O fundador do Wikileaks, Julian Assange, promoveu o vídeo. Permanece refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012 e sair pode significar a extradição para os EUA. Figura altamente polémica, Assange mostrou-se sempre determinado e disse, a propósito das referidas imagens:“Vimos que existem aproximadamente 15 mil casos, nunca documentados anteriormente ou conhecidos, de civis que morreram por causa da violência no Iraque.”
Tal como Assange, o denunciante Edward Snowden, ex-agente da inteligência norte-americana, vive no exílio. A Rússia tem sido o porto de abrigo, depois de divulgar espionagem, em massa, dos serviços de informações dos Estados Unidos.
“Se não conseguimos entender as políticas e os programas do nosso Governo não podemos dar o nosso consentimento às operações”, ressalvou Edward Snowden.
Heróis para uns, traidores para outros. O certo é que as fugas de informação forçaram uma reforma legislativa histórica para reduzir os poderes da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
As grandes empresas têm recorrido à encriptação para proteger os dados de milhões de usuários.