O partido neonazi alemão NPD vai continuar em atividade e a receber fundos públicos.
O Tribunal Constitucional alemão rejeitou esta terça-feira o pedido de ilegalização da formação formulado pelo Bundesrat, a câmara alta do parlamento.
Os juízes reconheceram que a formação ultranacionalista “despreza a dignidade humana” e que “contraria os princípios democráticos”, evocando, no entanto, o seu diminuto eleitorado como uma justificação para não banir a formação.
Para a presidente da Câmara alta do parlamento, Malu Dreyer, na origem do processo:
“Mesmo sem ilegalizar o partido, o tribunal confirmou a natureza anti-constitucional do NPD em vários pontos. O que mostra que os esforços levados a cabo pelos estados federais foram importantes e quero agradecer os ministros do interior pelo seu trabalho árduo que tornou possível este processo”.
Fundado nos anos sessenta, o partido NPD, apontado como o herdeiro do nacional socialismo de Hitler, conta atualmente com menos de 6 mil militantes, 1% das intenções de voto e dois deputados eleitos, num parlamento regional e no parlamento europeu.
Uma situação que é também o resultado da ascenção do partido eurocético e xenófobo AFD nas sondagens, durante a chamada crise dos refugiados.
Para o Tribunal Constitucional alemão o NPD é hoje, “uma formação sem peso para atingir os seus fins”. Na sentença, o coletivo de juízes apela à polícia e à justiça para que se ocupe de todas as derivas da formação, “das campanhas de ódio e ameaças, à planificação de atos violentos”.