A repórter de imagem que em setembro de 2015 foi filmada a rasteirar refugiados que fugiam da polícia perto da fronteira sul da Hungria com a Sérvia insiste que teve “um ataque de pânico” e que vai recorrer da sentença à qual foi condenada.
Esta quinta-feira, a húngara Petra László acompanhou por videoconferência o julgamento do qual saiu o veredito de três anos de pena suspensa com liberdade condicional.
O juiz rejeitou o argumento do advogado da ré que referia que a condenada atuou em autodefesa ao ver centenas de pessoas correr em direção a ela.
“O júri não teve dúvidas em determinar que a ré foi culpada por violar a paz, conforme descrito e punível ao abrigo do artigo 339 do Código Penal, parágrafo 1”, anunciou o juiz Illes Nanasi.
Vitima da rasteira de László, o sírio Osama Abdul Mohsen, que corria com uma criança nos braços, acabou por cair ao chão. A sorte sorriu-lhe quando o caso correu mundo. Acabou por ser convidado para rumar a Getafe, arredores de Madrid, e formar treinadores de futebol.
Mas nem tudo são rosas. Osama encontra-se agora sem trabalho.A empresa que o recrutou não renovou o contrato de trabalho devido a problemas de desempenho relacionados com a língua espanhola. Recebe quatro meses de subsídio de desemprego e se melhorar voltará ao ativo.
Petra László, que trabalhava para a estação de televisão húngara N1 TV, associada ao partido neonazi húngaro, Jobbik, foi despedida. László assinalou que desde o incidente recebeu várias ameaças de morte e que teme pela segurança.