Com AFP e Le Monde
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) afirma ter sido vítima de um ataque de pirataria informática que afetou os servidores do organismo, com sede em Viena.
Segundo a OSCE, o ataque pôs em causa a confidencialidade de algumas das informações armazenadas nas redes informáticas internas.
A informação foi avançada pelo diário francês Le Monde e confirmada à AFP por uma das porta-vozes da OSCE, Mersiha Causevic Podzic. A organição ter-se-á dado conta do ataque no passado mês de novembro.
La Russie soupçonnée d’être responsable d’un piratage sophistiqué de grande ampleur contre l’OSCE https://t.co/BnOQOtDAuF— Le Monde Live (@lemondelive) 28 de dezembro de 2016
O Le Monde diz que um serviço secreto de um país ocidental atribui o ataque ao grupo de hackers russos APT28, conhecidos também pelos nomes Tsar Team”, *Pawn Storm ou Sofacy.
A OSCE não comentou a informação relativa à autoria do ataque, mas avançou que tinha sido identificado o modo através do qual este foi levado a cabo.
OSCE presente na Ucrânia
A OSCE propõe um quadro de análise e debate nos domínios militar, económico, dos Direitos Humanos e da liberdade da informação a 57 Estados membros, incluidos Estados Unidos, Canadá, países europeus, da Ásia central e Rússia.
A organização encontra-se presente em território ucraniano desde 2014, com uma missão de observação do conflito que opõe Kiev a Moscovo com cerca de 700 *elementos. A OSCE tem servido também como local de debate e de encontro para delegações russas e ucranianas desde o início da crise.
Os Estados Unidos acusam a Rússia de ataques informáticos, nomeadamente contra os computadores do Partido Democrata de Hillary Clinton, que terão perturbado o desenrolar da campanha eleitoral para as presidenciais do passado mês de novembro.
A Alemanha diz que ataque semelhantes poderiam também vir a influenciar os resultados das eleições legislativas a ter lugar já no próximo ano.
Os ataques de pirataria informática têm a capacidade de paralisar infraestruturas vitais para o funcionamento de um país, como redes de transportes e telecomunicações, centrais energéticas e bases militares.
Um dos grandes problemas relativos à luta contra ataques de pirataria informática consiste na identificação dos seus autores, já que, muitas vezes, se tratam de grupos formados para o efeito com o patrocínio de entidades ou Estados soberanos, ainda que de forma indireta, não-oficial e camuflada.