Depois de duas décadas na política europeia, chegou a altura de voltar à política alemã, disse Martin Schulz, há menos de um mês, quando anunciou que não se recandidataria a presidente do Parlamento Europeu.
Ao sucessor deixou um aviso, na sessão desta quarta-feira, em Estrasburgo: “A democracia transnacional encontra-se em grande perigo. Por todo o continente, voltam a espalhar-se os divisionistas e os ultra nacionalistas, aqueles que querem colocar as pessoas umas contra as outras.
“Eu, seguramente, continuarei a lutar contra esse ódio, seja onde for”, acrescentou Schulz.
A eleição decorrerá a 17 de janeiro e já são conhecidos os candidatos.
Guy Verhosftadt, líder dos liberais, irá disputar o lugar com o centro-esquerda e centro-direita, que até agora tinham um acordo para alternar no cargo.
Tal acordo foi quebrado pelo atual líder socialista, que se candidatou argumentando que o partido tem de voltar à matriz ideológica.
Gianni Pitella disse que “terminou um ciclo político, caracterizado pela cooperação entre os socialistas, o partido popular e os liberais”.
“Hoje em dia temos de ouvir e dar respostas aos cidadãos mais pobres. Hoje em dia, as grandes prioridades são a desigualdade, a pobreza, a exclusão social e a segurança”, explicou Pitella.
O Partido Popular Europeu não apreciou a decisão e fez eleições primárias para escolher o candidato do centro-direita, como previsto.
Antonio Tajani disse que não vai fazer concessões à extrema-direita: “Para nós, a aliança tradicional é com os socialistas, os liberais e, talvez, com os Verdes. Essa é a rede, a aliança tradicional”.
O resultado poderá ditar, ou não, um maior equilíbrio ideológico nas instituições europeias, já que o Conselho e a Comissão são dirigidos pelo centro-direita.