FORÇA MECANIZADA PORTUGUESA
MILITARES DA BRIGADA MECANIZADA RUMAM AO IRAQUE
O 4.º Contingente Nacional destinado a integrar a Operação Inherent Resolve – Iraq, composto por militares da Brigada Mecanizada, está a terminar o aprontamento em Santa Margarida e partirá muito em breve para aquele teatro de operações, onde irá render a Brigada de Reacção Rápida, a terminar mais 6 meses de missão, num empenhamento que se iniciou em Maio de 2015.
Foto Estado-Maior de Defesa de Espanha com a seguinte legenda: Instructor portugués al lado del soldado iraquí, a quien supervisa su ejercicio de fuego real nocturno con M16.
Ordinariato Castrense
Esta notícia foi dada em primeira mão pelo Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, D. Manuel Linda, que no dia 8 de Outubro último, a partir da página online do Ordinariato Castrense, dirigiu palavras de incentivo aos militares que agora vão partir.
Aqui fica a referida mensagem na íntegra:
«A realidade indica-nos que, na actualidade, a falta de Forças Armadas coesas, bem treinadas e equipadas, acaba por se traduzir em guerra civil ou em porta aberta para que invasores ditatoriais se imponham à população que quer viver em paz e em liberdade. O Iraque é um exemplo acabado disso mesmo. Por isso, o vosso esforço de ajudardes a formação e treino de Forças de Segurança equivale a um acto de caridade ou misericórdia para com a martirizada população do Iraque.
Quando falamos em caridade ou misericórdia, para muito de nós, vem-nos à memória uma dimensão religiosa. Sim, a dimensão da fé não passa somente pela oração, embora esta seja fundamental. Mas, inerente à fé, está o compromisso social. Isto é, a colaboração para o bem comum mediante as boas acções.
Atendendo a isto, a entrega do crucifixo adquire como que o símbolo de uma missão de envio: em nome e com os sentimentos de Jesus Cristo que deu a vida por todos os homens e as mulheres e para salvação do mundo, ides para um meio hostil e para uma missão altamente difícil em favor da sociedade iraquiana e até da paz no mundo. Curiosamente, é assim que, entre nós, se costumam enviar os missionários (padres, religiosas ou leigos) quando partem para o exterior. Considerai-vos, pois, verdadeiros missionários da paz.
Evidentemente, como missionários, tendes de cultivar um específico estilo de vida. Permiti que vos lembre algumas atitudes: clima de fé e oração (rezai alguma coisa todos os dias); respeito pela fé muçulmana, partilhada por quase todos os que ides encontrar; dignidade nas acções e no relacionamento com os homens e mulheres com quem contactareis; lembrança contínua da vossa família que constitui a vossa verdadeira retaguarda emocional; perfeita camaradagem entre vós, sabendo valorizar o que vos une e evitar o que pode constituir motivo de atrito.
Ajudai os vossos formandos a adquirir uma mentalidade de serviço e não de violência: um Exército que se preze é respeitador dos outros e cultivador dos direitos humanos e da democracia.