A oposição venezuelana abandonou ontem as discussões com o governo, mediadas pelo Vaticano e pela organização da União das nações sul-americanas – UNASUR.
A coligação de partidos MUD denuncia a falta de concessões do executivo sobre temas como a libertação de prisioneiros políticos, ou a questão chave da convocação de novas eleições.
Em paralelo, 14 membros da oposição detidos iniciaram uma greve de fome na prisão para exigir a sua libertação imediata.
Para o responsável da oposição, Jesus Torrealba,
“Hoje não vamos reunir-nos com o governo. Os mediadores apresentaram-nos uma proposta para retomar o processo de diálogo de forma eficiente e útil para o país”.
A proposta dos mediadores apela a uma “trégua mediática” entre os dois campos até à retoma das negociações, iniciadas há um mês, no próximo dia 13 de janeiro.
O representante do governo, Jorge Rodriguez, presidente da Câmara de Caracas, mostra-se mais inflexível.
“O governo da Venezuela não se verga e não aceita qualquer ultimato, nem qualquer tipo de pressão de qualquer poder no mundo”.
O executivo garante, no entanto, que vai prosseguir o diálogo tendo convocado uma manifestação nacional de apoio ao presidente Maduro para o dia 17 de dezembro.
Desde há vários meses que a oposição venezuelana tenta, sem sucesso, convocar um referendo à destituição do chefe de Estado, por entre uma grave crise económica no país.