Há um novo monstro debaixo da cama das finanças europeias. O banco italiano Monte dei Paschi necessita de cinco mil milhões de euros, mas o processo em curso foi atingido em cheio pela derrota do primeiro-ministro Matteo Renzi num referendo constitucional e consequente demissão.
Um dos principais investidores envolvidos na recapitalização do banco mais velho do mundo, o Qatar, recuou perante esta nova crise política em Itália. Outros investidores privados envolvidos poderão seguir os mesmos passos.
A recapitalização está, agora, ameaçada e a alternativa do governo, adiantam alguns meios de comunicação italianos, poderá ser um resgate com recurso a dinheiros públicos, o que não é aceite em Bruxelas. Uma intervenção europeu seria a reação correta, mas não há tempo.
Kathleen Brooks, analista do city Index, diz serem “óbvios os riscos para a banca”. “O Monte dei Paschi é um e o Unicredit é outro que temos de ter debaixo de olho. O governo italiano, assim como as autoridades europeias, estariam completamente loucas se deixassem os bancos italianos encostados à parede apenas pelo inferno que podem criar ao setor bancário europeu como é o caso do Deutsche Bank”, defende esta analista, num raciocínio em que também podemos incluir a Caixa Geral de Depósitos.
O banco público português está em processo de recapitalização e pode ser afetado pelo que se vai passar em Itália. atrás de um eventual resgate ao Monte de Paschi, pode vir também o do Unicredit, o maior banco italiano e depois pode sair de debaixo da cama das finanças europeias esse tal monstro, em forma de uma bola de neve a correr sobre a banca europeia.