Os avanços do exército sírio na zona rebelde de Alepo – a zona leste da cidade – estão a provocar um enorme êxodo naquela que já foi a capital económica da Síria.
Face aos bombardeamentos e aos combates no terreno, desde sábado, mais de 10 mil civis procuraram refugio noutras zonas da cidade, mais seguras, controladas pelo regime ou pelas forças curdas.
A ajuda de emergência proporcionada pelos militares sírios e russos não é suficiente para uma população que vive cercada há quatro meses, sem mantimentos nem medicamentos.
Muitos civis decidiram aproveitar os corredores humanitários estabelecidos e abandonam completamente Alepo.
“Não há comida, exceto pão de má qualidade. Cada família só tem direito a seis bocados de pão. As crianças estão esfomeadas. Por isso, decidimos ir embora”, diz um residente, dentro de um dos autocarros que fazem o corredor humanitário.
Um outro viajante diz: “Por vezes, os militares dizem-nos para partir, outras vezes para ficarmos… Controlam-nos.”
Uma senhora acrescenta: “Temos medo. Não há comida. Não conheço ninguém aqui. Fiquei encurralada quando vim visitar a minha filha.”
Antes do início da ofensiva sírio-russa, no passado dia 15, cerca de 250 mil civis viviam ainda na zona rebelde de Alepo.