Este sábado, os aviões da Lufthansa deverão continuar parados, no quarto dia consecutivo da greve de pilotos. O grupo alemão prevê garantir 95% dos voos – mas os 137 de longo curso que serão anulados vão afetar 30.000 passageiros.
Esta sexta-feira, 800 voos foram anulados, com impacto em 100.000 pessoas. Nem sempre compreensivas face à greve.
“Claro que fomos afetados”, lamenta um passageiro, que explica: “Queremos ir para Roma. Somos um grupo grande e agora temos de dividir-nos em três aviões diferentes e, provavelmente, só chegaremos à noite. Não é nada agradável. Acredito que os grevistas têm exigências que não podem ser satisfeitas e que são injustificadas. Mas é assim.”
Os pilotos exigem uma revalorização retroativa dos salários em seis anos de 3,66%. A Lufthansa oferece 2,5% até 2019 e diz já pagar melhor que a concorrência.
Segundo a direção, um copiloto em início de carreira ganha 6500 euros brutos por mês; um comandante em fim de careira, mais de 22.000.
O movimento de greve desta semana é o décimo quarto, desde 2014, e, com 2755 voos anulados desde quarta-feira, já afetou mais de 345 mil passageiros, o que custa, à empresa, entre 10.000 e 30.000 euros por dia.
“Sim, as greves causam danos financeiros”, admite Joerg Handwerd, porta-voz do sindicato de pilotos Vereinigung Cockpit, que continua: “É o objetivo de uma greve: exercer pressão sobre a direção. Mas como isto afeta muitas pessoas, muitos clientes, claro que seria preferível pôr fim ao conflito de outra maneira. Mas, para isso, precisamos de compromissos, e os compromissos só são possíveis se cada um estiver disposto a dar um passo na direção do outro.”
Mas direção e sindicato mantêm as mesmas posições desde a primavera de 2014, quando o conflito começou.
No easing of #Lufthansa strike in coming days https://t.co/FtzwfUIBPk pic.twitter.com/03RCrksmCz— dwnews (@dwnews) November 25, 2016