Os trabalhadores da companhia aérea alemã Lufthansa vão prolongar a greve iniciada ontem pelo menos até sexta-feira.
A paralisação, que levou ao cancelamento de mais de 1800 voos, afeta principalmente as deslocações de curta distância.
No total, mais de 215 mil passageiros foram obrigados a ficar em terra.
Segundo Harry Hohmeister, responsável pelo aeroporto de Frankfurt:
“Esta greve está a afetar-nos também ao nível das reservas a médio prazo. A cada greve perdemos o equivalente a 10 milhões de euros”.
A paralisação, a décima quarta em três anos, foi convocada pelos sindicatos dos pilotos e do pessoal de cabina.
Os trabalhadores exigem um aumento salarial anual de 3,7% nos próximos cinco anos.
Para o responsável do sindicato dos pilotos, Joerg Handwerg:
“Nós gostaríamos de poder descolar, mas não vamos parar a nossa luta salarial, só porque a direção da companhia considera que temos que voltar atrás na nossa posição”.
A greve fez com que a maioria dos aviões em Frankfurt e Munique permanecessem em terra.
Alguns aviões puderam, no entanto, descolar esta manhã para destinos como Hong Kong, Lisboa, Turim e Dresden.
Um passageiro afirma, “o que me chateia mais é que tudo isto é demasiado espontâneo, é impossível planear com antecedência. Não é que digam, ‘dentro de três dias vamos cancelar determinado voo’, tudo é decidido em cima da hora. Basicamente dizem aos passageiros que não podem embarcar”.
Outra passageira afirma:
“A minha paciência começa a esgotar-se. É uma situação inacreditável. Não, não posso continuar a ser compreensiva”.
A direção da Lufthansa rejeita ceder no braço de ferro, quando propõe um aumento de 2,5% anuais em seis anos.
A companhia que obteve um resultado financeiro recorde em 2015, defende a necessidade de cortar despesas para manter a competitividade face às rivais “low cost”.
A direção da Lufthansa tinha perdido dois recursos em tribunal para impedir a greve desta semana e obrigar os sindicatos a regressarem à mesa das negociações.