O governo colombiano e a guerrilha das FARC selaram um novo acordo de paz, em Havana, seis semanas após o chumbo do primeiro entendimento em referendo.
O novo documento integra as críticas da oposição, prevendo mais indemnizações para as vítimas e menos financiamento para o novo partido das FARC, sem rever o cessar-fogo, o desarmamento e a inclusão na vida política dos ex-guerrilheiros.
Segundo o negociador do governo colombiano, Humberto de la Calle,
“O acordo de 26 de setembro era o melhor possível, mesmo que tenha sido alvo de críticas. Era o melhor pois permitia pôr fim ao conflito, mesmo que pudesse gerar alguma frustração. Mas hoje reconheço com humildade que este novo acordo é melhor pois soluciona a maioria das críticas e frustrações”.
Para o negociador das FARC, Iván Márquez, o novo entendimento representa um triunfo da paz.
“Relativamente à jurisdição especial para a paz, o novo texto incorpora 65% das propostas dos diferentes campos que votaram NÃO no referendo”.
O novo acordo só deverá entrar em vigor depois de ser submetido às associações de vítimas, que contestavam a amnistia acordada aos guerrilheiros ou a possibilidade de serem eleitos para o parlamento.
O entendimento, que valeu o prémio Nobel da Paz ao presidente colombiano Juan Manuel Santos, põe fim a mais de meio século de conflito entre a guerrilha e o governo.