Onze deputados pró-curdos foram detidos, esta noite, na Turquia, no âmbito das alegadas operações antiterroristas decretadas pelo presidente, Recep Tayyip Erdogan.
Entre eles, os dois codirigentes do HDP, o partido de esquerda pró-curdo.
Recorde-se que a imunidade parlamentar está suspensa, na Turquia, depois de declarado o estado de emergência na sequência da tentativa de golpe militar.
“Agentes de polícia à porta da minha casa, em Diyarbakir, com um mandado de detenção” – informou Selahattin Demirtas, via Twitter.
Diyarbakırda evimde zorla gözaltına alınma kararı ile emniyet yetkilileri kapımdalar— Selahattin Demirtaş (@hdpdemirtas) 3 novembre 2016
Situada no sudeste da Turquia, zona de maioria curda, a cidade de Dyarbakir já viu, esta semana, o presidente da câmara ser detido.
Detida foi também, esta noite, Figen Yuksekdag, a líder do partido na capital turca. A polícia invadiu a casa de Yuksekdag, que se recusou a ler a intimação e criticou os procuradores.
A polícia também efetuou buscas na sede do partido, em Ancara.
Segundo o ministério do Interior, foram emitidos mandados de captura contra 13 membros do partido, mas dois dos visados encontram-se, aparentemente, no estrangeiro.
Erdogan's government detains at least 11 pro-Kurdish democratically elected HDP deputies, blocks access to Internet. pic.twitter.com/YmUpL3TZAp— Barbarossa (@BarbarossaKaya) November 4, 2016
Ancara acusa o HDP – terceira força parlamentar – de ser o braço político do PKK, o partido do Povo do Curdistão, classificado como organização terrorista pela Turquia, mas também pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Aliás, Bruxelas já se declarou “extremamente preocupada”, após esta nova ronda da caça às bruxas.
#germania ha convocato ambasciatore per arresto #Demirtas e deputati #Hdp #Turchia #erdogan #turkeypurge— Marta Ottaviani (@martaottaviani) November 4, 2016