Grécia critica Grupo de Visegrad na relocalização de refugiados menores

2016-11-04 1

Com Michel dos Santos e Akis Tatsis, em Atenas

A situação dos migrantes e refugiados que fogem dos conflitos no Médio Oriente é particularmente preocupante no que diz respeito aos menores.

Há crianças que chegam ao continente europeu após longas e perigosas viagens, durante as quais perderam os adultos que as acompanhavam.

Outras entraram simplesmente sozinhas nas embarcações precárias que se aventuram no Mediterrâneo.

A Grécia encontra-se na linha da frente da chamada crise dos migrantes e refugiados. Segundo números oficiais, cerca 1500 menores encontram-se atualmente no país, à espera de serem aceites por outros países da União Europeia.

Um processo complexo, segundo o Governo grego, devido à resistência de alguns países.

A “Euronews”: entrevistou, em Atenas, com “Ioannis Mazoulas”, o ministro grego para as Políticas Migratórias.

Mazoulas comparecia à inauguração de uma casa-abrigo para menores, que poderá receber até 32 rapazes, com idades entre os 10 e os 18 anos, criada com fundos europeus e gerido pela Organização Não Governamental Save the Children.

#SavetheChildren: Up to 600,000 #children trapped in #Mosul https://t.co/pcMqDv96pv— Save the Children (@save_children) 2 November 2016

O ministro criticou duramente a posição de alguns Estados relativamente ao processo e à situação dos menores, falando em “hipocrisia.”

“Há países que simplesmente bloqueiam o processo e outros que não o põem em prática,” disse à Euronews o ministro Mouzalas.

“Temos, neste momento, cerca de 600 crianças que podem ser relocalizadas, embora apenas 96 tenham sido aceites por países Europeus.”

“É inaceitável”, continuou.

O ministro disse que o chamado Grupo de Visegrad tem contribuido ativamente para um bloqueio do processo de relocalização de migrantes e refugiados.

A aliança conhecida como Grupo de Visegrad é composta pela Polónia, Hungria, Chéquia (ou República Checa) e Eslováquia.

Mazoulas explicou à Euronews que aqueles países da Europa central insistem num conceito que definem como “solidariedade flexível.”

“Dizem-nos que fiquemos com os menores refugiados não acompanhados e que eles nos enviam cobertores”.

Portugal entre os bons exemplos

Existem, no entanto, bons exemplos de cooperação, segundo Mouzalas. Portugal é um dos poucos Estados membros cuja política de acolhimento de menores tem sido implementada de forma efetiva.

Outros “bom exemplos” referidos pelo ministro são a Alemanha, a Suécia, os Países Baixos e a França.

Mas o correspondente da Euronews em Atenas explica que a solidariedade Europeia não tem sido suficiente.

Akis Tatsis diz que as autoridades gregas estão conscientes de que é preciso mais e que planeiam desenvolver mais iniciativas de cooperação europeia, mas também com Organizações Não Governamentais, dispostas a trabalhar no terreno.

Child Asylum Seekers in Europe – Situation in figures #childrenuprooted pic.twitter.com/HtGwEkhyns— UNICEF_EU (@UNICEF_EU) 3 November 2016

Segundo a UNICEF, entre

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