O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, está, alegadamente, implicado em casos de corrupção, segundo um relatório do Departamento de Mediação da República, publicado esta quarta-feira.
O presidente sul-africano desistiu de um recurso judicial para impedir a publicação do documento de 355 páginas, inicialmente agendada para o dia 14 de outubro.
#StateCapture report must be released by 5pm – court https://t.co/gIE9h3mkWA pic.twitter.com/YRRIi3eS3V— Pretoria News (@pretorianews) November 2, 2016
Sobre o chefe de Estado pendem acusações de ter, supostamente, autorizado a família Gupta a interferir na escolha de alguns membros do Executivo de Pretória.
Esta família, de origem indiana, tem fortes interesses empresariais na África do Sul.
Os elementos da família Gupta, os irmãos Ajay, Atul e Rajesh, construíram um império empresarial, no país, no setor mineiro, transportes, tecnologia e comunicação social, nos anos 1990.
Um dos filhos do presidente sul-africano, Duduzane Zuma, é um dos parceiros do grupo Gupta.
Jacob Zuma enfrenta fortes contestações, incluindo no interior do próprio partido, o Congresso Nacional Africano.
Para o porta-voz do partido da oposição, Lutadores pela Liberdade Económica, Fana Mokoena, o presidente “está cercado mesmo pelos seus apoiantes” e a sociedade “percebeu que é o fim do caminho para ele.”
Em Pretória, milhares de pessoas saíram às ruas a exigir a demissão de Jacob Zuma.
South Africa court orders Zuma graft report to be released Wednesday as protests engulf Pretoria pic.twitter.com/k4b3nfQOeH— AFP Africa (@AFPAfrica) November 2, 2016
O presidente tem conseguido ultrapassar os vários escândalos políticos mas a várias personalidades, de vários quadrantes da sociedade sul-africana, exigem que se afaste antes do fim do mandato, que termina em 2019.