No Iraque aumentam os receios relativamente ao agravamento da situação humanitária na sequência da ofensiva contra a segunda maior cidade, Mossul, ainda sob controlo das forças do grupo extremista, Estado Islâmico.
Dezenas de pessoas fugiram da aldeia de Abu Jarboa devido a receios de retaliação por parte dos extremistas.
O avanço das forças iraquianas e curdas levou ao aumento do fluxo de deslocados.
“Fugimos da aldeia, tirei a camisa e passei de casa em casa até conseguirmos fugir. A situação era difícil, não havia nada, nem eletricidade, nem água, foi difícil”, afirmou um residente local, Abu Anhar.
Nas últimas semanas mais de 3 milhares de refugiados chegaram ao campo de al-Hol no nordeste da Síria. No entanto, centenas encontram-se retidas na fronteira entre o Iraque e a Síria.
Aqui, mais de 900 pessoas, incluindo crianças teriam chegado nas últimas semanas provenientes de Mosul.
A situação agrava-se a cada dia devido à queda da temperatura e a tempestades de areia.
“Toda a gente está a morrer de fome. Há crianças a sofrer, se não nos deixam entrar estamos acabados. Se não nos deixam entrar amanhã ou no dia seguinte podemos morrer”, adiantou Gaafar al-Mansour, um refugiado iraquiano.
Segundo as Nações Unidas, o número de refugiados iraquianos no campo de Al-Hol incluindo todos aqueles chegados desde abril alcança as 4.600 pessoas.
A agência da ONU para os Refugiados já instalou mais tendas no local e está a preparar mais alojamentos para acolher as famílias iraquianas deslocadas.