Como é ser mulher refém do grupo Estado Islâmico? Pior, como é ser uma menina, às mãos do Daesh.
Uma migrante da Eritreia foi sequestrada e esteve ano e meio em cativeiro até ser libertada, agora, juntamente com outras 10 mulheres, por forças pró governamentais em Sirte na Líbia.
Com apenas 12 anos, a menina que não quis ser identificada, conta o horror que viveu.
“O homens do Estado Islâmico violavam-nos com frequência e éramos incapazes de fazer qualquer coisa. Se recuássemos amarravam-nos com cordas e depois violavam-nos repetidamente. Fizeram o que quiseram de nós e depois venderam-nos, ameaçaram entregar-nos a outras pessoas. Eu rezei para morrer porque a morte teria sido muito melhor do que viver com o Estado Islâmico e foi por isso que, eu e a minha mãe, nos atirámos do terceiro andar no prédio onde estávamos”, afirma.
A criança deixou a Eritreia com a mãe por falta de condições de vida, pelo caminho encontrou o inferno. Agora, mantém o sonho de chegar à Europa.
“Entrámos ilegalmente na Líbia, pelo deserto, e esse é outro problema. Gostaria que o mundo encontrasse uma solução para os nossos problemas, queremos ir para a Europa para nos mantermos seguras e eu espero que, se o mundo conseguir ver o nosso sofrimento, talvez o mundo nos ajude”, conclui.
A intervenção da NATO na Líbia que culminou com a morte Muhamar Kadafi há cinco anos, transformou o país num caos com dois governos e o autointitulado grupo Estado Islâmico.
A instabilidade na país é sinónima de problema de segurança para a Europa, terroristas do Daesh podem infiltrar-se no fluxo de migrantes que todos os dias se dirige ao velho continente.