Na American University, uma faculdade americana de Ciência Política, em Washington, tudo foi preparado para que os estudantes assistissem ao último debate entre os dois candidatos presidenciais. A euronews foi convidada a assistir com eles.
Sem surpresas, num Estado onde Barack Obama arrecadou quase 90% dos votos, a maioria dos estudantes apoia Hillary Clinton.
“Penso que o Trump não fundamenta a sua argumentação, é um espalha-brasas que não responde verdadeiramente às questões. E penso que a Hillary mostra que tem, claramente, mais experiência”, explica uma aluna.
“Até agora, diria que, para a Hillary, o debate está no papo – e espero que a eleição também o esteja”, diz um aluno.
Outro explica: “Vejo as coisas em termos de progresso e de retrocesso. Penso que a Hillary representa progresso, o tipo de progresso que queremos e de que o nosso país precisa. O Trump fala de um tempo – “Voltar a fazer a América Grande” – que não sei quando foi e nem sequer tenho a certeza de que tenha existido.”
“Diria sem hesitações que Hillary Clinton está a ganhar. Penso que o Donald Trump continua a esquivar-se às questões e não me parece que forneça algum tipo de quadro capaz de ajudar o nosso país a prosperar”, analisa outra aluna.
Opiniões individuais que não contrariam em nada as sondagens que dão a Hillary Clinton o voto da chamada “geração do milénio” – sobretudo o das mulheres e das pessoas com estudos superiores. Quanto a Trump, a acreditar nas sondagens, arrecada votos entre a classe operária branca.
Following last night’s debate, Clinton is in to 1.18 (84%) to become Next President > https://t.co/9A6UEz0nBg #ClintonVsTrump #USdebate pic.twitter.com/RECBIT5B3v— Matchbook (@TeamMatchbook) October 20, 2016
Segundo os analistas, esta é a primeira vez que se regista um tão grande hiato educacional numa eleição presidencial, nos Estados Unidos.
Nas vésperas do debate, os debates indicavam um apoio substancial a Hillary Clinton, dada mesmo como potencial vencedora em Estados tradicionalmente conservadores, como o Arizona e a Geórgia.
Como explica Stefan Grobe, o correspondente da euronews em Washington, “o Trump já entrou coxo neste debate, completamente derrotado nas sondagens. Só um desempenho de alto nível ou, do outro lado, um colapso total de Hillary Clinton, teria invertido as probabilidades e posto Trump a caminho da Casa Branca. Isso não aconteceu. “