A missão ExoMars 2016 começou há sete meses em Baikonur, com o lançamento da sonda russo-europeia TGO e do módulo Schiaparelli, a bordo de um foguetão russo Proton. O objectivo é aterar em Marte e detetar formas de vida bacterianas.
Depois de percorrerem 900.000 quilómetros, os dois aparelhos separaram-se no domingo.
A sonda Trace Gas Orbiter -TOG ficou em órbita e tem como missão analisar a atmosfera de Marte e detetar gases que possam revelar a existência de vida, como o metano: “Com a sonda Trace Gas Orbiter, esperamos poder perceber de onde vêm os gases, como mudam ao longo das estações, de que parte da superfície vêm e, com alguma sorte, perceber a diferença entre uma situação banal em geologia, que é a mudança nas rochas devido à presença de água debaixo do solo, ou outra possibilidade bastante mais animadora, que é a existência de vida”, diz Mark McCaughren, conselheiro na Agência Espacial Europeia (ESA).
Já o módulo Schiaparelli tem como função principal testar a tecnologia europeia de descida e aterragem em Marte. A entrada na atmosfera é travada por um escudo térmico.
Abre-se um paraquedas supersónico, o módulo larga o escudo frontal e acende o radar. Em seguida, separa-se do paraquedas e entram em ação nove retrofoguetões. O impacto é amortecido por uma estrutura quebrável.
14:45 UT: According to nominal timeline, Schiaparelli should now be deploying parachute #ExoMars pic.twitter.com/zoiIZQbAlL— ESA_Schiaparelli (@ESA_EDM) October 19, 2016
14:46 UT: According to nominal timeline, Schiaparelli front shield should now be jettisoned #ExoMars pic.twitter.com/dvsB34VUpc— ESA_Schiaparelli (@ESA_EDM) October 19, 2016
14:47 UT: According to nominal timeline, Schiaparelli should be jettisoning parachute & rear shield then igniting thrusters #ExoMars pic.twitter.com/X5cG0N3Q4Q— ESA_Schiaparelli (@ESA_EDM) October 19, 2016
14:48UT: According to nominal timeline, Schiaparelli should have switched off thrusters to touchdown on #Mars surface! stay tuned.. #ExoMars pic.twitter.com/GMSHcD7xUm— ESA_Schiaparelli (@ESA_EDM) October 19, 2016
Até agora, só os norte-americanos conseguiram fazer aterrar em Marte equipamentos que funcionam, incluindo o robot Oppotunity, que chegou em 2004 e ainda funciona – e o Curiosity, que trabalha na superfície de Marte desde 2012. Estes robôs procuram condições favoráveis à existência de vida no Planeta Vermelho, nomeadamente água.
Em 2020, a Europa e a Rússia vão enviar a Marte um novo robô que vai beneficiar dos desenvolvimentos tecnológicos conseguidos pelo Schiaparelli. Vai perfurar o solo de Marte e tentar descobrir rastos de uma vida bacteriana passada.