POEMA DAS MIL FACES
Em que face a máscara de mim é transparente?
Em que máscara a minha face transparente se faz real?
Em que eu anônimo se esconde a genial face
De dono do segredo da verdade
Transparente a olhos nus?
Em que máscara eu me escondo?
Em que máscara eu me mostro?
Em que máscara sou mais eu?
Em que máscara sou reflexo
Do que “outros” projetam em mim?
Em que máscara múltiplas faces de mim se sobrepõe
A outras tantas faces ocultadas?
Em que máscara deixo colar a minha face
Revelando-me mostro de escuridão e rutilância?
Em que máscara deixo colar minha face
E permito rolar uma lágrima que descole da minha face mil máscaras
Deixando vir à tona mil faces de mim?
Qual das mil faces é a verdadeira face de mim?
Para que se deter com perguntas
Todas elas sou eu num espaço efêmero chamado agora.
CRISTIANA ALVES